segunda-feira, 26 de julho de 2010

MEUS QUATROS FILHOS ADOTIVOS

MEUS QUATROS FILHOS ADOTIVOS

Pensando ser um padre mais esclarecido e comprometido com aquilo de mais sagrado no mundo, adotei quatro crianças. Filhos de minha irmã Marinalva, mãe solteira que não tinha condições de criar as crianças e que os pais nem ela mesma sabia certo quem eram e se sabia não nos contava. Para fazer vontade de minha mãe
acolhi seus netos: Fernando e Fernanda, gêmeos com um ano e meio de idade e Regina Célia com três anos. Quando eu era vigário da Paróquia Nossa Senhora de Guadalupe, fundada por mim, fui celebrar uma missa em comemoração ao dia das mães na vila São Pedro em Aparecida de Goiânia. Ao terminar a missa uma criança dormia em um banco. Eu perguntei quem era aquela criança desprotegida e Dona Lucilia assistente social e irmã do prefeito de Aparecida Sebastião Viana me respondeu que era para dar. Eu peguei aquela criança de quatro anos cobri com minha túnica, coloquei no banco do carro e levei para a casa paroquial. Pedi para minha mãe me ajudar cuidar e ela falou: Seja feita a vontade de Deus, onde come três come quatro. Dois dias depois dona Lucilia me convidou para celebrar a missa de sétimo dia da mãe e do tio da criança que adotei, pois seu próprio pai foi acusado de matá-los, na celebração vi que foram sete órfãos e Wellington foi rejeitado por ser o mais custoso. Essa foi a minha primeira experiência de família. Depois mandei buscar meu irmão José Luis com seus nove filhos, ficaram comigo na chácara e depois arrumei um lote em Aparecida e os ajudei a caminhar com seus próprios pés. Mandei buscar minha irmã Elizabete, seu esposo Eurides e seus onze filhos, ficaram comigo um ano na chácara e voltaram para Bahia.
Fiquei com meu sobrinho Denílson na casa paroquial e o ajudei a estudar. Depois a vez de meu sobrinho Manuel messias, ficou comigo na casa paroquial um ano, arrumei emprego e depois se casou e vivem muito bem. Meu irmão Mario ficou comigo na casa paroquial dois anos, também a ajudei a estudar e depois regressou à Bahia, hoje é pastor evangélico. Antes de ir para o seminário cuidei de oito irmãos e minha mãe. Depois como padre minha irmã, Lindaura ficou um pouco na casa paroquial até se casar.
Doralice irmã mais nova foi morar comigo em Aragoiania e logo se casou. Minha mãe voltou para a Bahia e meu irmão Albino amigo e muito honesto, ficou trabalhando comigo na chácara, casou-se, voltou para a Bahia e para ajudar-lhe mandava um salário mínimo todos os meses durante um ano. Tentei ajudar também meu sobrinho Robério, ficou comigo trabalhando como cobrador do transporte coletivo. Hoje é um excelente Pastor Evangélico. Mesmo assim fui derrotado! Não dei conta de organizar minha família. Pensando dar um final feliz para minha mãe, aluguei uma fazenda, comprei gados, galinhas e tudo que ela gostava e mandei buscá-la para viver o resto da vida em paz. Cumpri a parte mais importante de minha vida, que foi fazer minha mãe feliz. Viveu dois anos na fazenda, depois sofreu uma trombose, precisando amputar parte da perna direita. Tive que vender o gado e voltar para Goiânia. Fernando que morava conosco ficou em Bela Vista. Um ano mais tarde ela faleceu na casa de sua filha mais nova Doralice. Foi velada na casa de seu filho Dermival membro da Assembléia de Deus. Minha mãe morreu em paz. Um ano antes de partir pediu-me para batizar na Igreja Assembléia de Deus na qual meu ex-vaqueiro Sebastião de Paula participava, pois ela o tinha com seu filho. Hoje estou fazendo uma revisão da minha vida. Será que fui um bom pai? F ui um bom filho? Sei que ficou muito a desejar, mas fiz o que pude. Tenho ainda quatro filhas dentro de casa, quem sabe poderei ser bem melhor com elas. Como estão meus filhos adotivos agora? Welingtom se casou, tem dois filhos e é Pastor da Assembléia de Deus. Fernando é motorista, está bem. É evangélico da Igreja Universal do Reino de Deus. Fernanda também se casou e está bem. Regina Célia também se casou, é enfermeira e vive muito bem com seu esposo. Mas mesmo sendo pai adotivo, não foi o suficiente para sentir-me seguro para cuidar de família e me sentir pai de verdade. Tive que casar-me. Agora com a graça do Senhor Jesus, estou mais preparado para falar com autoridade e viver a família. Louvado Seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

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